Destino de Bolsonaro após condenação gera debates em Brasília
STF discute se ex-presidente cumprirá pena em casa, na Polícia Federal ou em presídio da Papuda

Com a condenação pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de oito anos de prisão — totalizando 27 anos —, o ex-presidente Jair Bolsonaro deverá cumprir pena em regime fechado, conforme prevê o Código Penal. Em Brasília, autoridades discutem quatro alternativas: manutenção da prisão domiciliar, cela especial na Superintendência da Polícia Federal (PF) no Distrito Federal, Complexo Penitenciário da Papuda ou, de forma remota, o Comando Militar do Planalto.
Defesa deve pedir prisão domiciliar
O advogado Paulo Bueno afirmou que a equipe de defesa pode solicitar a permanência de Bolsonaro em casa, alegando problemas de saúde. Aos 70 anos, o ex-presidente tem um histórico médico que deve ser usado como argumento no pedido ao STF.
Quartel é visto como hipótese improvável
Integrantes do Supremo e do governo federal consideram remota a possibilidade de Bolsonaro ser custodiado em unidade militar. O Exército já manifestou resistência e declarou, em nota, que não existe qualquer preparação para abrigar réus de processos judiciais em curso.
Papuda ou cela na Polícia Federal
Uma das opções avaliadas é o Complexo Penitenciário da Papuda, onde já ficaram presos envolvidos no mensalão e nos atos de 8 de Janeiro. O local, no entanto, enfrenta superlotação: são cerca de 16 mil detentos para 10 mil vagas.
Outra alternativa é uma cela especial na Superintendência da PF no Distrito Federal, considerada por aliados como o destino mais provável do ex-presidente.
Precedente de Fernando Collor
A defesa também deve usar como referência o caso do ex-presidente Fernando Collor. Em maio, o ministro Alexandre de Moraes concedeu prisão domiciliar a Collor, diagnosticado com Parkinson, após um curto período em cela individual.
Decisão final caberá a Moraes
A definição sobre o destino de Bolsonaro está sob sigilo e será tomada pelo ministro Alexandre de Moraes. Enquanto isso, STF, governo e Polícia Federal já discutem a logística necessária para a execução da pena.
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