cover
Tocando Agora:

“Adultização”: o vídeo que gerou comoção, denunciou crimes e mexeu com o Congresso

O vídeo "adultização", do influenciador Felca, gerou comoção social

“Adultização”: o vídeo que gerou comoção, denunciou crimes e mexeu com o Congresso
“Adultização”: o vídeo que gerou comoção, denunciou crimes e mexeu com o Congresso (Foto: Reprodução)

Um vídeo impactante de 50 minutos sobre o fenômeno da "adultização" de menores nas redes sociais, publicado na quarta-feira passada (6) pelo influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, já tem quase 30 milhões de visualizações no YouTube em apenas cinco dias. A repercussão já chegou ao Congresso Nacional.  Felca expõe casos graves de exploração e sexualização de menores em redes sociais. Com farta documentação audiovisual, ele explica como pais e produtores de conteúdo estão expondo crianças em situações inadequadas para sua idade em busca de engajamento e monetização em plataformas como Instagram e Kwai.



O youtuber denuncia o papel ativo dos algoritmos das redes sociais na difusão desse material, por permitirem a formação de um ambiente que facilita a atuação de predadores sexuais. A repercussão da denúncia fez com que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se comprometesse a pautar, nesta semana, projetos sobre o assunto. "Esse é um tema urgente, que toca no coração da nossa sociedade", disse Motta.


O que mostra o vídeo de Felca sobre a "adultização"



O vídeo, cujo título é "adultização", revela uma série de casos concretos que ilustram como crianças e adolescentes aparecem nas redes emulando comportamentos de adultos, muitas vezes por incentivo direto dos pais ou de influenciadores adultos. A sexualização precoce é a face mais perversa dessa tendência. Felca mostra o caso do influenciador Hytalo Santos, que promovia uma espécie de reality show para as redes sociais recrutando crianças e adolescentes. Em alguns casos, os menores se envolviam em relacionamentos, e o programa explorava dinâmicas com conotação sexual. Gradualmente, o público das postagens deixou de se restringir a adolescentes e crianças e passou a contar também com homens adultos.



Um dos casos dentro das dinâmicas criadas por Hytalo envolve a figura de uma adolescente que, segundo Felca, começou a ser explorada pelo influenciador aos 12 anos de idade. Ao longo dos anos, ficou cada vez mais comum a jovem aparecer em contextos de sexualização, ser exposta com roupas provocativas e ter seus relacionamentos com rapazes explorados em busca de engajamento. Ela chegou a ser levada para dançar em eventos com plateia adulta e, mais recentemente, fez um procedimento de implante de silicone, que foi exposto ao público em vídeos e redes sociais.


Felca também mostra a história de uma menina que teve sua imagem explorada pela própria mãe. Segundo o influenciador, as postagens começaram com vídeos considerados inocentes em busca de engajamento e monetização.



"E aos poucos ela foi recebendo comentários de homens adultos que queriam que mais fosse mostrado. O que uma mãe poderia fazer? Ela poderia denunciar, remover o comentário, bloquear para resguardar a criança. O que essa mãe fez? Ela atendeu. Conforme [a menina] foi crescendo, ela foi produzindo conteúdos cada vez mais sugestivos", relata o influenciador.


Segundo ele, as imagens eram vendidas para grupos pagos que exibiam conteúdo explícito da menina. Parte desse conteúdo, conforme Felca, alimenta redes de troca de pornografia infantil. A denúncia também mostrou como o algoritmo das redes sociais facilita o acesso a esse tipo de conteúdo. Felca criou uma conta nova do zero, deu alguns likes em vídeos de crianças em poses consideradas sugestivas, e em poucos minutos o feed estava tomado por material do mesmo tipo.

Comentários (0)