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Adolescente passa mal após beber água adulterada por colegas em escola

De acordo com a mãe, Rafaela Soares, ao voltar para a sala de aula, a estudante tomou um gole da água e notou o gosto amargo....

Adolescente passa mal após beber água adulterada por colegas em escola
Adolescente passa mal após beber água adulterada por colegas em escola (Foto: Reprodução)

Uma adolescente, de 12 anos, passou mal após beber água supostamente adulterada por colegas dentro da sala de aula, no Colégio Estadual Cívico-Militar Chico Mendes, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O caso aconteceu dia 16 de junho. À Banda B, a mãe da vítima relatou que duas estudantes colocaram quatro comprimidos na garrafinha pessoal da filha, enquanto ela participava de uma prova de uniforme fora da sala. Além da revolta, a família acusa a direção da escola de omissão de socorro.


De acordo com a mãe, Rafaela Soares, ao voltar para a sala de aula, a estudante tomou um gole da água e notou o gosto amargo. Quando olhou para o recipiente, percebeu que o líquido estava esbranquiçado. Mesmo desconfiada, continuou fazendo uma atividade, mas cerca de 20 minutos depois começou a se sentir mal.


“Minha filha chegou a perguntar se alguém tinha colocado alguma coisa dentro da água, e ninguém respondeu. Ela começou a passar mal e pediu ajuda à representante de turma, que também notou algo estranho na água. Durante toda essa ação, as duas colegas que colocaram os comprimidos só ficaram observando, não tentaram impedir. Foi 100% intencional, elas tentaram contra a vida da minha filha” relatou Rafaela. A representante de turma acompanhou a adolescente até a direção da escola, já que a pedagoga não estava presenta naquele momento. Conforme Rafaela, a diretora ouviu o relato da aluna e decidiu verificar as imagens das câmeras de segurança. Nas gravações, foi possível ver o momento em que as colegas abriram a garrafinha, colocaram os comprimidos, chacoalharam e colocaram na mesa da jovem. “Mesmo vendo tudo, a diretora virou para a minha filha e falou a seguinte frase ‘Fique tranquila, pode voltar para a sala de aula que você não vai morrer’. A diretora falou com essas palavras, e ainda mandou a minha filha passar no banheiro, jogar a água fora e lavar a garrafa. A minha revolta é exatamente a atitude dessa direção, houve omissão de socorro e tentativa de burlar as provas do crime” afirmou a mãe da adolescente. A jovem, no entanto, não jogou a água fora e levou a garrafinha para casa. O recipiente com o liquido foi entregue à polícia para análise, e o caso foi registrado na Delegacia da Mulher e do Adolescente de São José dos Pinhais.


Rafaela também afirmou que a direção da escola não entrou em contato com a família, e que soube de tudo o que aconteceu por meio da própria filha. Após o episódio, a adolescente foi levada ao hospital e passou por exames, como eletrocardiograma e de sangue. Ela permaneceu em observação por algumas horas. “Graças a Deus, ela ingeriu uma quantidade pequena de água. Os exames não deram nada de alteração considerável. Mas os médicos que atenderam minha filha foram claros, isso foi uma tentativa de envenenamento” disse Rafaela. Tentativa de conversa A mãe contou que, na segunda-feira (23), foi pessoalmente até o colégio para cobrar esclarecimentos da direção. No entanto, a tentativa de diálogo com a diretora terminou em frustração.


“Ela me ouviu por dois minutos, virou as costas e disse: ‘Não sou obrigada a escutar’. Eu estava alterada, sim, falando alto, porque sou mãe e isso poderia ter custado a vida da minha filha. Mas em nenhum momento a ofendi. A direção tenta colocar a culpa na professora que estava em sala, eu não a isento, mas consigo compreender que é difícil ficar responsável por 30 alunos” afirmou. Histórico de conflitos De acordo com Rafaela, essa não foi a primeira vez que a filha foi alvo de uma das mesmas alunas envolvidas. No ano passado, durante um ensaio de festa junina, a adolescente teve o celular furtado dentro da sala de aula. “Ainda não era proibido o uso do celular e minha filha levava para mandar mensagem, caso acontecesse algo. Ela deixou a mochila na sala e foi para a quadra participar do ensaio. Nisso, a colega pegou o celular, quebrou tudo e depois sumiu com ele, furtou mesmo” contou. A mãe relata que procurou a direção no mesmo dia, mas foi informada que o caso só seria tratado após o recesso escolar. Quinze dias depois, ao pedir acesso às imagens das câmeras, soube que os registros já haviam sido apagados. Dias depois, a escola comunicou que a mãe da colega havia devolvido o aparelho, dizendo que encontrou em casa. Uma reunião foi marcada com a direção e a responsável pela aluna, mas, segundo Rafaela, a conversa não avançou.


“Fui conversar com a mãe dessa aluna, mas ela não dava nem chance. Tampava os ouvidos e falava ‘Não vou ouvir, não vou ouvir’. Na época, decidi não registrar boletim de ocorrência para evitar mais transtornos. Mas dessa vez elas atentaram contra a vida da minha vida” relatou Rafaela. Pedido de transferência Na última segunda-feira (23), a mãe procurou o Núcleo Regional de Educação para solicitar a transferência da filha, que está com medo de retornar à escola. No entanto, segundo ela, foi orientada a procurar vagas por conta própria em outras três instituições da região. Medidas pedagógicas e administrativas A reportagem da Banda B entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR) para saber quais medidas foram tomadas. Leia a nota na íntegra: “A Direção do Colégio Estadual Cívico-Militar Chico Mendes informa que, ao tomar conhecimento do fato ocorrido no dia 16 de junho, prontamente adotou todas as medidas pedagógicas e administrativas protocolares, diligentemente.


Inicialmente, foi ouvido o relato da estudante envolvida na situação. Em seguida, as demais alunas apontadas como responsáveis por inserir a substância na garrafa de água foram chamadas para prestar esclarecimentos. Os responsáveis legais das alunas também foram convocados e devidamente informados, sendo todos os registros formalizados em ata. Vale frisar que durante o atendimento à vítima, a própria aluna bastante abalada, solicitou que a mãe fosse preservada em relação ao ocorrido, haja vista a mesma estivesse no hospital, acompanhando uma familiar internada. Considerando o horário (final do dia) e o estado emocional da estudante, foi orientado que levasse a garrafa para casa, preservando o objeto como possível evidência para posterior análise e eventual registro de ocorrência junto às autoridades de segurança pública. A escola permanece à disposição para colaborar com as autoridades competentes, bem como com as famílias envolvidas.” A Banda B também entrou em contato com a Polícia Civil do Paraná (PCPR) questionando sobre as investigações e aguarda retorno.


Fonte: Banda B

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